Tem uma coisa muito preciosa que seu Sérgio me ensinou: quem você tem na vida é totalmente mais importante do que o que você tem na vida. Eu fiz disso minha frase-guia. Um mantra. E sigo por aí encontrando pessoas que mudam meus dias, meus meses, minha vida.

E vou ser sincera, tenho me dado muito bem na vida. Porque grande parte dos encontros tem sido lindos, e duradouros. E por duradouros não digo que tudo dura a vida toda. Porque não dura e aprender que as pessoas ficam na sua vida apenas o tempo que elas precisam ficar, também é uma arte. E essa, vou confessar, eu não domino.

Encontrei gente boa, gente muito boa, e gente blergh, gente muito blergh. Não vou ser hipócrita: teve gente blergh que serviu pra abrir o caminho pra muita coisa boa e teve gente blergh que fez tanta coisa ruim que engoliu todas as coisas boas. Mas elas foram uma minoria esmagadora, até porque aí vem uma outra lição preciosa do seu Sérgio: a parte cheia do copo. Esse é o prisma. E esse dever de casa se encontra perfeitamente com uma lição da dona Socorro: a fé na vida. Minha interpretação: a fé na parte cheia do copo é o que vira. É o que sempre me moveu nesses trinta e três anos.

E com certeza é o que me permite, hoje, agradecer. Dizer obrigada. Estar leve pra dizer que eu tô feliz, que a vida não é fácil, que o mundo não é pra iniciantes, mas eu tô disposta a fazer a minha parte, e mais todas as outras que me couberem. Dizer sim sem pudor. Dizer eu te amo toda vez que a frase cabe e que o meu coração pede. Aproveitar a beleza do caminho.

Eu gosto de gente. E é um presente sem tamanho poder contar com tanta gente boa logo aqui do lado. Do lado esquerdo do peito. De mão dada pra nunca mais largar. Criando praias em SP e me deixando mergulhar toda vez que o ar me falta.

Que venham mais 33 anos. E mais um milhão de amigos.